A Freya morreu essa semana. Freya, a morsa - não a deusa nórdica da beleza. Apesar que, pensando bem, o animal de quase 600 kg tinha virado a sensação em Oslo, na capital da Noruega, neste verão. Quando ela aparecia no píer e subia em barcos, todo mundo queria tirar uma self com o bichão.

As autoridades avisaram que era perigoso. Mas o público não respeitou. Então, decide-se punir o animal e não as pessoas. Bum… mataram a morsa. Mega repercussão, debate acalorado, mas e daí? E daí que essa foi uma decisão oficial. Do governo. De quem os noruegueses escolheram para representá-los.

E os brasileiros com isso? Pois é, nós estamos em eleições gerais para escolher justamente quem vai nos representar pelos próximos quatro anos. Ou seja, quem vai definir o futuro das nossas “morsas”! Em outras palavras, quem vai tomar decisões em nossos nomes.

Nunca vi tanto candidato com cachorro no braço. Tá errado? Não. É um símbolo, uma comunicação direta para expressar uma bandeira. Só que indicar que gosta de bicho não é um passe-livre para que você concorde com as ideias e propostas do sujeito. Nesse campo, temos ideias de políticas públicas bem diferentes, até opostas.

Um exemplo: candidato “A” defende a criação responsável de cães de raça. Enquanto candidato “B” pretende proibir a venda de animais. Sem entrar no mérito dessa discussão específica - que sim, é importante - o que vale para o eleitor é buscar entender quem realmente te representa, nos valores.

O eleitor, você e eu, temos o dever de estudar o currículo, ir atrás da informação, do passado desse candidato ou candidata. Porque sem falar dos oportunistas de plantão, há pessoas que, de fato, estão inseridas nesse terreno da causa animal, mas com visões de mundo antagônicas.

Você tem clareza sobre que tipo de tratamento deveria ser dispensados aos animais? Você votaria em quem decidiu matar a morsa?