


Bufála recuperada após quatro anos com cuidados de ONG Vale da Rainha / Foto: redes sociais
"Esperamos que essa condenação sirva de exemplo para que nenhum animal passe pelo que elas passaram",
Santuário Vale da Rainha
“Não há que se falar em ausência de dolo, tendo em vista que foi evidenciado o dolo pela falta de cuidados básicos comos animais“, afirmou o juiz Sergio Lazzareschi de Mesquita, da 1ª Vara da Comarca de Brotas, na última quarta-feira 22.
Hoje, os animais sobreviventes recebem tratamento e cuidados em Cunha, no Vale do Paraíba de uma ONG. No Instagram, o Santuário Vale da Rainha, responsável atualmente pelas búfalas, comemorou: “Hoje — em memória das centenas de vidas que foram perdidas — esperamos que essa condenação sirva de exemplo para que nenhum animal passe pelo que elas passaram.” Os custos mensais com as búfalas passam dos R$100.000,00 e o Santuário vive de doações.
Apesar da condenação, o juiz informou na sentença que Luiz Augusto poderá recorrer da decisão em liberdade. A defesa diz que só vai se manifestar nos autos do processo.
A Justiça de São Paulo condenou o fazendeiro Luiz Augusto Pinheiro de Souza a quatro anos de prisão em regime semi-aberto, além de pagamento de multa pelo abandono de cerca de mil animais, na cidade de Brotas, no interior de São Paulo. O valor da multa equivalente ao salário mínimo da época.
O caso foi denunciado à Polícia Ambiental em novembro de 2021. Mais de 1000 animais viviam em condições degradantes, e passavam muito tempo tempo sem comida e sem água. Ao menos, 27 búfalas morreram de inanição. Na época, voluntários montaram uma força-tarefa para evitar mais óbitos e acolher os animais. Muitas búfalas estavam grávidas porque eram usadas para a extração de leite.
Segundo o inquérito policial, ele passou a arrendar as terras para o cultivo de soja, motivo pelo qual transformou os pastos em campos de plantações, deixando os animais à deriva.
O dono do local chegou a ser preso, mas pagou fiança e respondeu pelo crime em liberdade. Outras quatro pessoas também foram condenadas por maus-tratos aos animais.