Olha o tamanho do desafio: só em São Paulo, para deputado estadual são 1926 candidatos este ano. Para a Câmara Federal, 1439.

Desses, ao menos 35 sinalizaram que têm como bandeira a causa animal.  Há políticos de quase todos os partidos, de direita, de esquerda e de centro. E aí? Como escolher? Por que essa pauta é importante?

Para ajudar na tarefa, o movimento FALA (Frente de Ações pela Libertação Animal) criou a plataforma votoanimal.com. No site, é possível encontrar quem assinou uma carta compromisso em defesa dos direitos dos animais. “Há necessidade dos candidatos terem uma postura alinhada com os compromissos assumidos, por exemplo: nossa carta fala em proibição do comércio de cães e gatos, então quem se manifesta a favor do comércio desses animais já está reprovado e não tem seu nome divulgando”, explica Bruno Pinheiro, coordenador-geral da Frente.

E é por isso que nomes conhecidos do meio estão fora desta lista, e outros nem tão associados à causa aparecem na plataforma.

O G1 também criou uma ferramenta (Quem eu escolho?) de pesquisa que aponta a bandeira do candidato, a partir do apontamento do próprio postulante. Ninguém analisou ali currículo ou ações. Mas é um auxílio.

O jornal Folha de São Paulo também disponibiliza o Match Eleitoral 2022 para que o eleitor possa encontrar candidatos mais alinhados aos valores de cada um.

Novidades - O mandato coletivo registrou recorde de candidaturas no país neste ano: 213, segundo as estatísticas do TSE. Essa é uma modalidade que consiste na divisão de um mandato parlamentar entre várias pessoas, sem hierarquia e com decisões em colegiado.

Pela primeira vez, um desses levará o nome dos animais. Mônica Buava, do PV, está ao lado de Fábio Chaves, como os representes do grupo que compõe o mandato animal. “Uma das vantagens é blindar a corrupção porque as decisões são tomadas no coletivo o que fica muito mais difícil ter espaço para corrupção”, explica Monica. Nessa seara, há também o mandato Ecossistema, do PT.

Mas diante de tantos desafios para as pessoas, como votar de olho nos animais? “A questão não é que a gente só se importa com os animais, a gente até com direito dos animais. No nosso pensamento também estão todas essas questões pensam a respeito de saúde, segurança pública, educação e etc”, afirma Fábio Chaves.

Os candidatos reconhecem que o tema “veganismo” defendido por eles tem a pecha de ser visto como radical, mas garantem que a ideia é focar nos pontos que os une a outros parlamentares. “Podemos falar de demarcação de terra indígena, da água, desenvolvimento sustentável, de saúde, de alimentação as escolas… ”, Mônica Buava.

Divergências sobre a causa - Não faltam polêmicas sobre o que de fato é defender os animais. A criação de animais de raça é um ponto, por exemplo. Guilherme Bunger, do PDT, tem como lema “criar é preservar”, enquanto Ricardo Izar, do Republicanos, que concorre à reeleição, defende a adoção de animais domésticos e criou o projeto de lei “animal não é coisa”.

Ricardo Trípoli, do PSDB, trabalha para dizer que “Silvestre não é pet”, já o Delegado Bruno Lima, do PP, luta para manter na prisão quem maltrata os animais.

No Congresso, parlamentares da Comissão de Meio Ambiente discutem questões como rodeios e vaquejadas. São expressões culturais? Votar em quem defende os mesmos valores que você é ajudar a criar o mundo que deseja.

Os brasileiros criticam os politicos, mas 64% das pessoas não se lembram em quem votou para deputado nas últimas eleições. Então, quem você vai querer para falar por você nos próximos anos?