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TEMPORADA DE SARUÊS… ÓRFÃOS

Primavera é temporada de reprodução e por desconhecimento pessoas agridem espécie ao confundí-la com ratos. Saiba o que fazer ao encontrar um gambazinho por aí

21 de outubro de 2025 às 15:00:00

Por Sabrina Pires

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Saruê resgatado no CEPTAS Unimonte / Cubatão - SP / Imagem: E aí, bicho?

Saruê resgatado no CEPTAS Unimonte / Cubatão - SP / Imagem: E aí, bicho?

O filhote de saruê chegou há menos de 15 dias. Cabe na palma da mão. E o que tem de pequeno, tem de fome: devora a seringa com um preparado de leite para recém-nascidos várias vezes ao dia. Em uma semana chegou ao peso de 27 gramas. Para ser liberado, precisa alcançar 400 gramas.

Essa é uma das condições para a soltura do bebê na natureza.


Os cuidados são da equipe do Ceptas (Centro de Pesquisa e Triagem de Animais Selvagens) da Universidade São Judas em parceria com a prefeitura de Cubatão, na Baixada Santista.


Mas não basta crescer e engordar. É preciso mantê-lo selvagem. E diante de tanta fofura, biólogos e veterinários encaram o desafio de tratar sem o chamado “imprint”, espécie de vínculo que se cria com pessoas, principalmente na hora da comida. O esforço aumenta a chance de sobrevivência quando retornar à vida livre. Por isso, nada de nomes ou apelidos!

Eles ainda fazem um serviço ecológico importantíssimo para os humanos: se alimentam de insetos peçonhentos como aranhas e escorpiões

O filhote não é o único órfão por aqui. Há outros que chegaram nos últimos dias. A primavera é o período de reprodução da espécie e também o momento do ano em que encontros com humanos colocam famílias de gambás em perigo. “Pessoas confundem os saruês com ratazanas e acabam por machucá-los. É muito frequente abaterem a mãe e os filhos ficarem”, explica a médica veterinária Priscilla Akiko Nakayama, do Ceptas de Cubatão.


“Como uma ninhada pode ter de oito a dez filhotes, então, em um momento de fuga, algum deles pode cair das costas da mãe, ou do marsúpio e acontecer a predação por animais domésticos ou pessoas, ou ainda atropelamentos”, diz ela.


Os saruês ou gambás nada têm a ver com ratazanas (não que se justifique agredir os roedores), eles são da mesma família dos cangurus, que têm “bolsas” ou marsúpios na barriga onde carregam os filhotes. E ainda fazem um serviço ecológico importantíssimo para os humanos: se alimentam de insetos peçonhentos como aranhas e escorpiões. E não atacam pessoas!

Ceptas de Cubatão acolhe animais selvagens como saruês

Se por um lado agredí-los é crime ambiental, por outro, não podem ser criados como pet - porque não são. “Os saruês são muito bonitinhos, mas a criação deles em cativeiro é crime ambiental”, alerta a veterinária.


Caso encontre um saruê, acione a Polícia Ambiental, o Corpo de Bombeiros ou a Guarda Civil Municipal pelo telefone 153. O mais indicado é que o resgate seja feito por agentes de órgãos ambientais.


O CEPTAS ou CETAS (Centros de Triagem de Animais Silvestres) não fazem resgate e são responsáveis pelo acolhimento e reabilitação dos indivíduos.

Saruê filhote alimentado pela seringa / Imagem: E aí, bicho?

Saruê filhote alimentado pela seringa / Imagem: E aí, bicho?

A bolsa marsupial serve como abrigo para os filhotes recém-nascidos / Imagem gerada por IA

A bolsa marsupial serve como abrigo para os filhotes recém-nascidos / Imagem gerada por IA

Médica Veterinária Priscilla Akiko Nakayama no Ceptas / Imagem: E aí, bicho?

Médica Veterinária Priscilla Akiko Nakayama no Ceptas / Imagem: E aí, bicho?

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