Não tem diálogo. Nenhuma palavra. Os traços lembram aquarela. E a estória, em tese, é bem simples. Mostra um gatinho que precisa “fluir” diante dos desafios de sobrevivência a partir da inundação do lugar onde vive. E de cara, ele já precisa enfrentar um grande medo: o de água.

Apesar de ser um filme apenas com animais como personagens, o enredo fala com sentimentos e dramas humanos. Causa identificação pura. Assuntos como amizade, despedida e trabalho em equipe aparecem como ponto alto. De emocionar. E não por acaso, virou um queridinho da temporada e levou o Oscar de longa-metragem em animação neste domingo, 02 de março. Desbancou concorrentes fortes como Divertidamente 2.

O diretor Gints Zilobodis contou que fez um gato com medo de água que precisa enfrentar inundação e mar forte em homenagem a um gato que tinha que também tinha fobia de água. Ele explicou que tentou criar uma espécie de redenção como homenagem.

Com orçamento bem enxuto, de 200 milhões de dólares, a animação foi feita com um software gratuito chamado Blender. Segundo o diretor, ferramenta que qualquer criança pode usar.

Zilabodis é da Letônia, na Europa. Após o sucesso de Flow, mesmo antes do Oscar, virou símbolo do país que tem menos de 2 milhões de habitantes. Foi a primeira vez que a Letônia teve uma indicação e - também ganhou - a maior premiação do cinema mundial. O filme também levou o Globo de Ouro na categoria de animação. Vale a pena!