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JANE GOODALL COMPLETA 90 ANOS E PROMETE SEGUIR MISSÃO DE ESPALHAR ESPERANÇA

Naturalista corre o mundo para dizer que ainda dá tempo de revertermos os efeitos da crise climática


03/04/24 15:00

Sabrina Pires

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Jane Goodall com jovens. Foto: Robert Ratzer / JGI

Jane Goodall com jovens. Foto: Robert Ratzer / JGI

Dificilmente o aniversário de uma mulher de 90 anos é tão agitado. Mensagens do mundo todo, principalmente de adolescentes, bolinhos antecipados, homenagens e uma celebração de respeito! Jane Goodall há dias vem em ritmo de festa-trabalho: tem realizado uma série de conversas sobre o meio ambiente e recebe aplausos calorosos por onde passa, como em Seatle e Nova Iorque, nos Estados Unidos, na última semana.


A senhora inglesa de fala mansa e quase sempre com o macaquinho de pelúcia nos braços (o Sr. H) é reconhecida como a “mensageira da esperança”. Ela convoca os jovens ao trabalho. E insiste: “ainda temos uma janela de tempo, ainda temos chance de reduzir os efeitos das mudanças climáticas”.


Podemos fazer a diferença todos os dias, milhões de escolhas éticas individuais em nosso comportamento nos levarão na direção de um mundo mais sustentável”, diz Goodall, no último livro “Esperança”, que divulgou na passagem que fez pelo Brasil, em outubro de 2023.

Jane Goodall provou que os chimpanzés tinham emoções e personalidades bastante definidas. Criou santuários na África e projetos de redução da pobreza local. 

Revolução na ciência - Jane Goodall é primatologista. Revolucionou a ciência a partir da observação dos chimpanzés. Isso foi quando tinha 26 anos e passou meses “sozinha” no Parque Nacional de Gombe, na Tanzânia. O que viu e demonstrou - os chimpanzés confeccionam e usam ferramentas para coletar comida - mudou o entendimento dos especialistas que até então definiam “Homem como o animal que produz ferramentas”. Ela provou também que os chimpanzés tinham emoções e personalidades bastante definidas. Criou santuários na África e projetos de redução da pobreza local. Nessa altura já tinha percebido que sem estender a mão aos humanos, não há como proteger a vida dos bichos.


Hoje Goodall está à frente de programas de preservação da biodiversidade como o Instituto Jane Goodall (para proteção dos chimpanzés) e programas como o Roots & Shoots (Raízes e Rebentos), que incentiva jovens de muitos países a fazerem algo pela natureza, e o Tacare, que apoia transformações por meio das comunidades em países africanos.


Mensageira da Paz das Nações Unidas - Nascida em 3 de abril de 1934, na Inglaterra, foi testemunha de vários conflitos mundiais como a Segunda Guerra. Por isso, carrega a certeza de que “quando a vida nos põe à prova, recebemos a força necessária para lidar com isso”. Foi nomeada Mensageira da Paz das Nações Unidas e Dama do Império Britânico, entre outras honrarias globais.


A etóloga tem agenda cheia. Está sempre em viagens internacionais para arrecadar fundos para custear seus projetos. Além de palestras em mais de 60 países, comanda também o Hopecast, podcast para falar, claro, de ciência e como ter esperança neste mundo caótico. Tudo isso, aos 90 anos de idade!

E aí, bicho? entrevista Jane Goodall, em São Paulo, em outubro de 2023

Jane Goodall em palestra para grandes públicos. Foto: Rajah Bose /JGI

Jane Goodall em palestra para grandes públicos. Foto: Rajah Bose /JGI

Aventuras futuras - Destemida, Jane Goodall acredita que a próxima grande aventura a fazer deve ser a morte. "Quando morremos, ou não existe nada, e nesse caso tudo bem, ou existe algo. Se existir algo, hipótese em que acredito, qual aventura pode ser maior do que a de descobrir o que é?", respondeu ao ser questionada durante uma palestra.


Ainda assim, nos últimos dias, ela declarou que espera ter a sorte de ter mais alguns anos para continuar a “espalhar a mensagem”. Se depender de torcida, a tal aventura vai ter de esperar.


Afinal, Goodall é uma grande inspiração de que a esperança pode ser a característica que vai nos salvar. E quem não precisa ouvir isso atualmente?

Foto: Michael Neugebauer / arquivo JGI

Foto: Michael Neugebauer / arquivo JGI

Foto: UN / JGI

Foto: UN / JGI

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